Compartilhamento de bicicleta em São Paulo ganha 25 estações

Bike Sampa inaugura novos espaços e, em fevereiro, permitirá empréstimo por até 12 horas de forma gratuita

Juliana Diógenes, O Estado de S.Paulo

O Bike Sampa, um dos principais serviços de compartilhamento de bicicletas de São Paulo, inaugura nesta terça-feira, 30, 25 novas estações na região de Pinheiros, na zona oeste da capital. O modelo é semelhante ao sistema de Nova York e, em alguns pontos como o Largo da Batata, será possível estacionar até 50 bicicletas. A novidade do novo Bike Sampa é a criação de bicicletários com empréstimo de bicicletas em períodos de até 12 horas gratuitas, permitindo que o usuário leve para casa e devolva no dia seguinte. O terminal urbano de Itaquera, na zona leste, será o primeiro a receber o novo serviço até o fim de fevereiro.

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O objetivo do Estação Bike é integrar o morador dos extremos da cidade ao Metrô, ônibus e trem. Os próximos devem ser os Terminais Capelinha e Jabaquara, na zona sul, e o Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte. A definição dos locais depende de confirmação da Prefeitura de São Paulo e da Companhia Paulistas de Trens Metropolitanos (CPTM). 

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As mudanças no Bike Sampa ocorrem quatro meses após reportagem do Estado apontar queda de 41,8%, em um ano, no uso do serviço. Bicicletas quebradas, dificuldade para retirá-las das estações e falta de pontos estavam entre as principais queixas dos usuários. São Paulo é a segunda cidade brasileira a receber o novo sistema. A Grande Recife já opera o novo Bike PE desde setembro, com 20 estações instaladas, de um total de 80 que devem ser implementadas até o final do semestre.

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A partir desta terça, as estações antigas do Bike Sampa já estão desativadas. Até o fim de fevereiro, todas serão retiradas. No redesenho, haverá reordenamento de 80% das estações. Todas elas estarão na região do centro expandido. Ao término da implementação do novo Bike Sampa, previsto para o fim do semestre, a cidade terá 260 estações com 2,6 mil novas bicicletas.

A primeira fase, com as 25 estações, tem início na região de Pinheiros: Vila Olímpia, Vila Nova Conceição, Jardins e Itaim Bibi. Nessa região, as estações estarão dispostas até no máximo 400 metros de distância. Pesquisas internas do banco Itaú Unibanco, patrocinadora do sistema, e do tembici, responsável pela operação, mostram que estações muito distantes entre si reduzem a adesão dos usuários porque exigem deslocamento maior. 

Em média, cada estação terá 18 bicicletas. "Estações de grande uso terão capacidade maior para receber e emprestar bicicletas. O Largo da Batata será uma das maiores estações da cidade, com pelo menos 40 vagas. É uma estação troncal que está próxima do metrô e perto de ciclovia. Já outras estações terão 14, 18, 20 vagas. Vai variar de acordo com o local", explica Tomás Martins, CEO da tembici

Segundo Luciana Nicola, superintendente de Relações Governamentais e Institucionais do Itaú Unibanco, as novas bicicletas são mais robustas e têm expectativa de vida de uma década. As anteriores duravam, em média, dois anos. Por isso, espera-se que a necessidade de manutenção das bicicletas também seja menor. A regulagem do selim permite diferentes tamanhos de usuário, com muito baixa ou muito alta estatura. A bike também terá regulagens novas na cesta, podendo amarrar o conteúdo no espaço com mais flexibilidade. 

Outro destaque é a acessibilidade do sistema: no Bike Sampa antigo, só era possível fazer cadastro no sistema com um cartão de crédito. Mesmo o uso do bilhete único era permitido somente se o usuário tivesse registrado antes um número de cartão, que era a "chave de entrada". Com o novo sistema, será possível pagar em dinheiro, cartão de crédito e débito, além do próprio bilhete único. 

"A bicicleta tem também iluminação por 90 segundos. Ou seja, se você parar de pedalar, ela continua acesa por esse período. Contribui bastante para a segurança do ciclista". Furtos serão mais difíceis com o novo modelo, diz Luciana. "Nas novas estações, é possível encaixar toda a frente da bicicleta. Isso tem um papel importante da redução de vandalismo e bicicletas porque agora o sistema trava a roda e parte do quadro", explica ela.

Estação Bike

De acordo com Luciana, a ideia do empréstimo de bicicleta por 12 horas gratuitas é fazer uma "integração forte" com a rede de modais da cidade. "Como a maioria dos usuários de bicicleta da região periférica usa CPTM, esse deve ser o ponto de intersecção entre o Bike Sampa e a rede de transportes. A Prefeitura está acompanhando e ajudando a definir os locais com base no 

A superintendente diz que não há preocupação com roubo de bicicletas por usuários no novo sistema de empréstimo por 12 horas. No momento da retirada, o usuário terá de apresentar comprovante de endereço e documento de identidade. "Vamos fazer um piloto em Itaquera. O que aprendemos sobre furto e vandalismo é que não é feito por quem usa a bicicleta. É outro tipo de perfil", diz. 

Segundo ela, se houver roubos, será número "muito baixo" e que, por isso, "não há preocupação em relação a isso". Martins também minimiza os riscos: "Temos expectativa baixa de furto no empréstimo de 12 horas porque, nesses casos, a pessoa vai de fato usar a bicicleta para se locomover e não para outros fins."

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