Prefeitura vai acabar com bolsa para usuários de drogas do programa Braços Abertos - Rede Nossa São Paulo

Prefeitura vai acabar com bolsa para usuários de drogas do programa Braços Abertos

Gestão não renovará convênio com organização responsável pelo benefício vinculado ao programa do ex-prefeito Haddad

O Estado de S. Paulo

A Prefeitura de São Paulo vai acabar com a bolsa para usuários de drogas, que recebiam R$ 500 por mês em troca de serviços de varrição de ruas, reciclagem e jardinagem. A bolsa era vinculada ao programa de Braços Abertos, instituído pela gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) para tratar dependentes químicos da região da cracolândia.

A informação foi adiantada pelo jornal Folha de S. Paulo. O programa de redução de danos, iniciado em 2014, também dava aos usuários direito a alimentação e moradia em hotéis mantidos pela Prefeitura.

De acordo com a Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo, o convênio com a Associação de Desenvolvimento Econômico e Social às Famílias (Adesaf) – organização responsável pelo Programa de Operação Trabalho, ligada ao Braços Abertos – chega ao fim no dia 31 de março e não será renovado.

Segundo a Prefeitura, as bolsas serão substituídas por outras ações vinculadas ao Redenção, o programa da gestão João Doria (PSDB) voltado para tratamento de dependentes químicos. "Uma nova política de trabalho, dentro do programa Redenção, com foco na qualificação, autonomia e empregabilidade, está em implantação", informou a secretaria em nota.

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A secretaria afirmou também que não renovará o convênio porque ele não atingiu os objetivos. "Ele apresentou resultados inferiores ao esperado, como baixa frequência dos beneficiários, capacitação profissional reduzida e poucas colocações no mercado formal."

Todos os antigos beneficiários das bolsas, segundo a secretaria, serão atendidos por outros programas da Prefeitura, como ações da Secretaria do Trabalho, ou atendimento pela Secretaria Municipal da Saúde e pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

Um edital para celebração do novo convênio deverá ser publicado na próxima semana. Nele, "a entidade parceira detalhará as metodologias e implementará as ações juntamente com a prefeitura." 

O objetivo da nova política, diz a secretaria, será o de elevar a empregabilidade dos beneficiários a partir de metodologias e responsabilidades bem definidas. "Os resultados serão mensurados periodicamente, buscando alcançar efetividade em 6 ou 12 meses. Ao término do período, será buscada a inserção profissional através do Programa Trabalho Novo."

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Com a nova política, os beneficiários cumprirão 20 horas semanais obrigatórias de participação, segundo a Prefeitura. "O período será dividido em 8 horas semanais em frentes de trabalho, 4 horas semanais de atividades em grupo e individual personalizadas para estabilização socioemocional e, por fim, mais 8 horas semanais de capacitação profissional."

A administração municipal informou ainda que, até março, 263 pessoas foram atendidas pela Adesaf no Programa Operação Trabalho (POT). Destas, 220 já não poderiam continuar recebendo a bolsa, pois a legislação que regulamenta o programa limita o benefício a 24 meses. 

"As 43 pessoas que ainda podem receber o auxílio do POT estão sendo direcionadas para outras frentes de trabalho, onde continuarão recebendo uma bolsa, na medida em que desempenharão atividade profissional e de qualificação", informou a nota.

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo
 

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