Marginal Tietê registrou 20 mortes, 42,86% de aumento em relação a 2016. Avenida Teotônio Vilela registrou aumento de 90% e na Marechal Tito, o número de mortos dobrou.
Portal G1
O número de mortes nas vias da cidade de São Paulo caiu 7% de 2016 para 2017, mas aumentou em 8 das 10 vias mais letais da cidade, entre elas as marginais Tietê e Pinheiros, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego divulgados nesta sexta-feira (13).
No total, foram 797 mortes contra 854 em 2016. O índice de acidentes com vítimas também caiu, segundo o levantamento. A queda foi de 16%, indo de 16.052 para 13.483, no ano passado. O total de vítimas foi de 19.235 para 16.252 pessoas, nos últimos dois anos.
Em 2017, vinte pessoas morreram na Marginal Tietê, contra 14 em 2016 – aumento de 42,86%. Já na Marginal Pinheiros, aumentou em 27,27%, de 11 para 14 óbitos, no mesmo período.
O aumento da velocidade máxima para carros foi promessa de campanha do ex-prefeito João Doria (PSDB) e implantado em 25 de janeiro do ano passado. O limite aumentou de 70 km/h para 90 km/h na pista expressa; de 50 km/h para 60 km/h, na local e de 60km/h para 70km/h, na central.
De acordo com o secretário João Otaviano, o aumento da velocidade nas Marginais não têm relação com o crescimento de vítimas fatais nas vias expressas. Segundo ele, em 2017 foram registradas cinco mortes atípicas, o que está relacionado com "o processo de atitude do condutor".
A Marginal Tietê foi a recordista no número de mortos em 2017, seguida da Avenida Teotônio Vilela, na Zona Sul da capital, que teve aumento de 90%. Em 2016, 10 pessoas morreram no corredor. No ano passado, o número aumentou para 19.
Na Avenida Marechal Tito, na Zona Leste, que já foi considerada a mais letal para pedestres, o número de mortos dobrou, foi de 4 para 8.
Em entrevista ao G1, o secretário João Otaviano afirmou que os dados divulgados evidenciam "o acerto do programa Via Segura" e que faz com que se pense em "ações similares nas outras vias que apresentam variações por conta da dinâmica da cidade".
Perguntado sobre o prazo de implantação do programa nas demais vias, o secretário afirmou que é "ação imediata" e que a CET já está trabalhando nas vias mais letais. De acordo com Otaviano, as Avenidas Marechal Tito, Belmira Marin e Senador Teotônio Vilela têm projetos encaminhados para este ano ainda.
Sobre as avenidas que tiveram aumento considerável, o secretário afirmou que os acidentes serão estudados para entender a causa. Um dos fatgores pode ser maior número de vítimas em um mesmo acidente.
M'Boi Mirim
Das 10 vias mais letais da cidade, a Estrada do M'Boi Mirim foi a única que teve redução de mortes em 2017.
Em 2016, a Estrada do M'Boi Mirim foi a via que registrou o maior números de acidentes. Foram 22 mortes em todo o ano. Já em 2017, a avenida registrou 7 mortes, 68% a menos no comparativo entre os dois anos. O número de acidentes com vítimas também caiu: 69 ocorrências com vítimas contra 134 no ano anterior.
Conhecida pelos grandes congestionamentos, a via possui cerca de 16 km de extensão e liga o Jardim São Luis ao Jardim Ângela.
Segundo o secretário João Otaviano, a diminuição acontece após a implantação do programa "Via Segura".
Em entrevista ao Bom Dia SP, o secretário disse que "as próximas vias que já estão com estudos em andamento são as avenidas: Carlos Caldeira, Teotônio Vilela, Celso Garcia, Raimundo Pereira de Magalhães e a Belmira Marin".
Morte de ciclistas
O número de ciclistas mortos apresentou alta de 23,3% (de 30 para 37). Ciclistas reclamam das condições das ciclovias, da falta de sinalização, da falta de mais ciclovias e proteção pra quem pedala.
João Otaviano Machado, atual secretário municipal de Transportes afirmou, em entrevista ao Bom Dia SP, que o uso da bicicleta como meio de transporte aumentou e isso requer cuidados.
Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, por meio da CET, afirmou que analisa os dados consolidados "para implantar medidas de segurança viária, como já foi feito na Estrada do M'Boi Mirim" e que a CET "irá implantar nos próximos meses essas ações de segurança, sinalização e orientação em outras vias com alto índice de acidentes, como a Estrada de Itapecerica, av. senador Teotônio Vilela e av. Belmira Marin".
Matéria publicada no portal G1.