Linha 5 do metrô tem novo atraso, e estações são previstas para agosto

Inauguração de paradas foi adiada mais um mês pela gestão Márcio França

Fabrício Lobel e Thaiza Pauluze – Folha de S. Paulo

O Metrô de São Paulo, sob gestão Márcio França (PSDB), adiou mais uma vez a entrega de quatro estações da linha 5-lilás. As novas paradas haviam sido prometidas para julho, mas a previsão agora é de que elas sejam entregues em agosto.

Com a inauguração das estações que faltam —AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin—, a linha fará interligação com outras da malha do metrô paulistano. A estação Santa Cruz fará conexão com a linha 1-azul e a Chácara Klabin, com a linha 2-verde.

A ligação foi prometida inicialmente para 2012. Mas a última estação da linha, Campo Belo, será entregue em dezembro, segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos.

Questionado, o Metrô só disse que todas as obras de grande porte "podem sofrer intercorrências como demora na obtenção de licenças ambientais e complicações em processos desapropriatórios, ou até mesmo o abandono das obras pelas empreiteiras". 

E que as obras metroviárias "estão sujeitas não somente a estas variáveis, mas também à crise econômica que se instalou no Brasil nos últimos anos", afirmou, em nota.

ATRASOS

A construção da linha 5-lilás foi marcada por seguidos erros de gestão e de planejamento dos governos estaduais e do próprio Metrô.

As obras foram iniciadas em 1998, ainda no governo do tucano Mário Covas. A inauguração das primeiras seis estações, num percurso de 9,4 km, ocorreu em 2002. Mas a operação comercial só se tornou plena (todos os dias e em horário estendido) em 2008.

Nos primeiros anos, a linha sofreu com a baixa adesão, já que ficava distante de outras estações do Metrô. A ociosidade chegou a custar R$ 2,8 milhões ao mês à companhia (diferença entre a arrecadação e a manutenção do trecho).

Em 2010, mais um tropeço no histórico da linha: uma reportagem da Folha mostrou que as empresas que venceriam os lotes para a segunda etapa do ramal (entre as estações Largo Treze e Chácara Klabin) já eram conhecidas seis meses antes da licitação

A reportagem causou a suspensão da licitação e a abertura de investigações pelo Ministério Público. O caso segue na Justiça. Em 2011, Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu avançar as obras com os contratos suspeitos, contrariando recomendação da Promotoria.

Em seus últimos momentos no comando do governo paulista antes de sair candidato à Presidência da República, Alckmin inaugurou dez novas estações de metrô e trem em 74 dias —mais do que as nove entregues nos seis anos anteriores.

Na linha 5-lilás, o tucano inaugurou a estação Moema, um dia antes de deixar o cargo. A parada, que teve a abertura adiada ao menos três vezes pela gestão peessedebista, estava sem as portas da plataforma instaladas ainda. 

Matéria publicada da Folha de S. Paulo.

 

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