Na última terça-feira, dia 15 de outubro, os resultados da pesquisa “Viver em São Paulo: Crianças e Adolescentes” foram apresentados em evento realizado no Sesc 24 de Maio. O encontro contou, também, com debate e apresentação cultural do Grupo Ôncalo.
George Winnik, representante do Grupo de Trabalho (GT) de Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo, leu o Manifesto do GT sobre o Plano Municipal pela Primeira Infância, durante a abertura do evento.
Participaram do debate Berenice Gianella, secretária de Direitos Humanos do Município de São Paulo, Mayara Silva de Souza, advogada do programa Prioridade Absoluta do Instituto Alana, além de jovens de diferentes regiões da cidade, Vitória Gomes, do Jardim Helena, Ryan Felipe, do Tatuapé, Amanda Guimarães do Jardim São Luís, Nicole Nascimento, da Fazenda da Juta, e Lucas dos Santos Souza, do Itaim Paulista.
Na sua fala de abertura, Mayara lembrou do artigo 227 da Constituição Federal, no qual consta que “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
O levantamento revela que quase metade das pessoas entrevistadas são responsáveis por alguma criança e/ou adolescente: 26% são responsáveis por criança; 12% por adolescente; 8% por criança e adolescente; 7% moram com criança ou adolescente, mas não são responsáveis; 45% não são responsáveis e nem moram com criança ou adolescente.
Ao abordarem o tema segurança pública, Amanda relatou a sua rotina no local onde mora e afirmou: “não enxergo a polícia como sinal de segurança”. Já Berenice falou da importância de ocupar lugares públicos. Para a secretária, “local ocupado é local seguro”.
As pessoas participantes do debate também falaram sobre a participação de adolescentes nas decisões na cidade e nos bairros. Ryan destacou que, além de garantir a participação dessa parcela da população, é preciso garantir a formação desses jovens. Segundo a pesquisa, cerca de 4 em cada 10 paulistanas e paulistanos têm a percepção de que as crianças e adolescentes nunca participam das decisões de questões que as afetam nos bairros e na cidade.
O último assunto abordado na mesa foi o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O levantamento aponta que cerca de 1/3 das paulistanas e paulistanos não conhecem, mesmo que de ouvir falar, o ECA. Entre as pessoas que declaram conhecer o ECA, 80% o consideram muito importante para a garantia de direitos de crianças e adolescentes; 13% pouco importante; e 4% nada importante.
Sobre a pesquisa:
A pesquisa “Viver em São Paulo: Crianças e Adolescentes” faz parte da série “Viver em São Paulo”, iniciada em 2018, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência. Os levantamentos são apresentados mensalmente com recorte temáticos.
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