Os resultados da pesquisa “Viver em São Paulo: Relações Raciais” foram apresentados em evento realizado no dia 13 de novembro. O lançamento foi realizado no Sesc Belenzinho e contou com debate entre especialistas e intervenção cultural de Thata Alves e Taissol Ziggy.
Para tratar dos dados trazidos pelo levantamento, Elisa Lucas Rodrigues, secretária executiva adjunta de Direitos Humanos e Cidadania e Maria Sylvia de Oliveira, presidenta do Geledés, participaram da mesa mediada por Gisele Brito, jornalista e membro da Rede Jornalistas das Periferias.
“A pesquisa mostra o que já sabemos”, afirmou Elisa, citando o cotidiano de discriminação vivido pela população negra. Já Maria Sylvia ressaltou que “o que nós [população negra] avançamos nos últimos trinta anos é o patamar que os brancos estavam lá atrás”.
Gisele chamou a atenção para os dados territoriais evidenciados na pesquisa. “Os territórios com mais brancos têm mais infraestrutura”, observou. “A gente vive esse apartheid”, analisou Maria Sylvia. “A cidade é estruturada para que a gente fique onde está”, completou.
As debatedoras abordaram, também, alguns dados educacionais. “O rendimento de estudantes que entram por cotas é igual ou maior ao dos que não entram por cotas ou dos não negros”, contou Elisa. “Eu vejo uma preocupação das famílias negras em encaminhar seus filhos e filhas para uma ascensão econômica e social através da educação, então a adoção do sistema de cotas nas universidades paulistas é uma grande felicidade e oportunidade”, opinou.
Já Maria Sylvia disse que “apesar de ser importante que nós [população negra] estejamos na universidade, ela não nos acolhe”. Para ela, para pensar em educação, é preciso “pensar em política de estado”.
Sobre a pesquisa:
A pesquisa “Viver em São Paulo: Relações Raciais” faz parte da série “Viver em São Paulo”, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência. Os levantamentos começaram em 2018 e são apresentados mensalmente com recortes temáticos.
Saiba mais:
Confira a apresentação da pesquisa
Saiu na mídia:
70% dos paulistanos acreditam que racismo se manteve ou aumentou em 10 anos