Para a maioria da população paulistana, discriminação contra a população negra aumentou ou se manteve igual na cidade

A pesquisa Viver em São Paulo: Relações Raciais apresenta dados da percepção de paulistanas e paulistanos acerca do tema.

O levantamento aponta que a maioria da população paulistana avalia que o preconceito e a discriminação contra a população negra aumentaram ou se mantiveram na cidade nos últimos dez anos. Para 33% aumentou, para 37% se manteve e para 25% diminuiu.

Assim como em 2018, em seis dos oito locais avaliados pelo menos metade das pessoas entrevistadas considera que há diferença no tratamento de pessoas negras e pessoas brancas: nos shoppings e comércios (69%); em ruas e espaços públicos (64%); escola/faculdade (62%); trabalho (60%); transporte público (57%); hospitais e postos de saúde (52%); local onde mora (36%); e ambiente familiar (22%).

A pesquisa revela, ainda, que cerca de sete em cada dez paulistanas e paulistanos acreditam que pessoas negras têm menos oportunidades do que pessoas brancas no mercado de trabalho (69%). Já para 24% pessoas negras e brancas têm as mesmas oportunidades.

Nessa questão, nota-se um aumento entre moradoras e moradores das regiões Central (63% em 2018 e 81% em 2019), Norte (61% em 2018 e 70% em 2019) e Leste (63% em 2018 e 72% em 2019) a percepção de que pessoas negras têm menos oportunidades no mercado de trabalho do que pessoas brancas.

Para 75% da população paulistana, declarações, comentários ou piadas com conteúdo racista ou preconceituoso feitos por políticos estimulam o racismo ou preconceito. Enquanto entre as pessoas que afirmam que declarações, comentários ou piadas com conteúdo racista não estimulam o racismo ou o preconceito (16%), destacam-se as que têm Ensino Fundamental (23%), 55 anos ou mais (21%) e homens (21%).

Indicador de percepção de racismo em São Paulo

O objetivo do indicador de percepção de racismo em São Paulo é entender qual o grau de percepção de racismo entre a população paulistana, por meio da questão sobre a existência de diferença de tratamento entre brancos e negros no atendimento e acesso a locais e serviços da cidade. As respostas definem se as pessoas entrevistadas têm alta ou baixa percepção do racismo na cidade.

Cálculo do indicador: Cada resposta para cada local e/ou serviço apresentado tem um peso diferente:

Não existe diferença no tratamento = peso 0,0

Existe diferença no tratamento = peso 1,0

NS/NR (não sabe/ não respondeu) = peso 0,5

Escala do indicador de Percepção de Racismo em São Paulo

O resultado final é uma escala que varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 0, menor é a percepção de racismo e quanto mais próximo de 1 é o indicador, maior é a percepção de racismo da população paulistana.

Indicador de Percepção de Racismo em São Paulo: 0,59

 

Sobre a pesquisa:
A pesquisa Viver em São Paulo: Relações Raciais faz parte da série “Viver em São Paulo”, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência. Os levantamentos começaram em 2018 e são apresentados mensalmente com recortes temáticos.

Saiba mais:

Confira a apresentação da pesquisa

Confira a pesquisa completa

 

 

 

 

 

 

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