Pesquisa também aponta que 57% da população paulistana não participa da vida política no município
A pesquisa “Viver em São Paulo: Qualidade de Vida” aborda o nível de satisfação em relação à qualidade de vida na cidade, além da confiança nas instituições e participação política da população paulistana.
Confira alguns destaques do levantamento.
Qualidade de vida e bem-estar
O nível de satisfação em relação à qualidade de vida na cidade é similar ao do ano anterior: 6,5 – em 2018 era 6,3.
Embora a percepção majoritária ainda seja de estabilidade, há uma tendência de crescimento no percentual que declara melhora na própria qualidade de vida nos últimos 12 meses. Para 10% piorou muito; para 18% piorou um pouco; para 41% ficou estável; para 22% melhorou um pouco; e para 9% melhorou muito.
O que sente a população paulistana
É semelhante a parcela que afirma sentir muito e um pouco de orgulho de morar na cidade de São Paulo: 38% declaram sentir muito orgulho e 41% pouco. Já 20% afirma não sentir orgulho de morar na capital paulista.
Apesar de sentirem orgulho de morar em São Paulo, a proporção de pessoas que, se pudessem, sairiam da cidade se mantém estável desde 2017, 64% afirmam que sairiam, enquanto 36% não sairiam.
Oportunidades, lazer/ entretenimento e mercado de trabalho são como os aspectos considerados mais positivos da cidade, com 16%, 14% e 11% das menções, respectivamente. Seguidas de gastronomia com 10% das menções; diversidade de serviços com 8%; acesso à cultura com 7%; agitação/ correria com 6%; e acesso a bens e serviços, diversidade de pessoas e acesso a serviços de saúde com 5% cada.
Já em relação ao que a população paulistana menos gosta na cidade violência aparece em primeiro lugar com 28% das menções. Seguida de criminalidade com 17%; trânsito com 13% e desigualdade/ injustiça social com 10%.
Esperança é o principal sentimento relacionado à cidade de São Paulo, citado por 3 em cada 10 pessoas entrevistadas. Em seguida, gratidão (19%); decepção (17%); e frustração (16%).
42% das pessoas entrevistadas declaram se sentir muito incluídas na comunidade/bairro onde moram. Já 25% afirmam não se sentir incluídas. Nessa questão, destaca-se a região Norte, onde estão as paulistanas e paulistanos que se sentem menos incluídas(os) na comunidade/ bairro (31%).
A maioria relativa afirma gostar muito do bairro onde vive (46%), apesar de ¼ da população paulistana declara não gostar. São pessoas moradoras do Centro e da região Leste que mais afirmam gostar do bairro onde moram, 54% e 50% respectivamente.
Confiança nas instituições e avaliação administrativa
Metrô, Sabesp e SPTrans são as instituições nas quais paulistanas e paulistanos mais confiam – 72%, 58% e 51% respectivamente.
Já a Igreja permanece como a instituição que mais contribui para a melhora da qualidade de vida da população paulistana (22%). Duas em cada dez pessoas entrevistadas acredita que nenhuma das instituições avaliadas contribui. A Prefeitura é citada por 19% das pessoas; ONGs que trabalham em seu bairro por 18%; empresas privadas/ empresários por 17%; meios de comunicação e associações de bairro por 14% cada.
A administração municipal é avaliada como ruim/ péssima por 35%, regular por 43% e ótima/boa por 18%.
Para se informar sobre o trabalho realizado pela administração municipal, as fontes mais usadas são TV, com 46% das menções, e sites de notícias e portais, com 43% das menções.
Em relação à atuação da subprefeitura da região onde moram, 21% das pessoas entrevistadas avaliam como ótima/ boa; 39% como regular; e 34% como ruim/ péssima. Pessoas que moram na região Leste são as que mais avaliam positivamente a atuação da subprefeitura (27%).
Porém, praticamente 1/3 da população paulistana não conhece as funções desempenhadas pelas subprefeituras e sete em cada dez consideram muito importante ter conhecimento dessas funções.
Já a atuação da Câmara dos Vereadores é considerada ruim/ péssima por 50% das paulistanas e paulistanos; regular por 34%; e ótima/ boa por 8%. Televisão e sites de notícias e portais também são as fontes de informação mais usadas para saber sobre a atuação de vereadores e vereadoras – 43% e 33% respectivamente.
Participação política e características que prefeito(a) e vereadores(as) devem ter
A pesquisa aponta que 57% da população paulistana não participa da vida política no município. Mas 21% assinam petições ou abaixo-assinados; 16% compartilham notícias sobre o município pelas redes sociais; 13% compartilham notícias sobre o município por aplicativos de mensagens; e 9% participam de manifestações, protestos ou passeatas de rua.
Além disso, 91% das paulistanas e paulistanos não participaram de nenhuma atividade na Câmara nos últimos 12 meses e 63% não lembra em quem votou para vereador(a) nas eleições de 2016, enquanto 36% lembra em quem votou.
Para a população paulistana, conhecer bem os problemas da cidade e ter visão de futuro são as principais características que um(a) prefeito(a) deve ter – 63% e 55% respectivamente. Em seguida, as características mais citadas são ter experiência administrativa (39%) e saber trabalhar em equipe (39% cada); ser trabalhador(a) (38%); entender de economia e finanças (36%); e ter pulso firme (34%).
Já um(a) vereador(a) deve conhecer bem os problemas da região onde a pessoa entrevistada mora e ter visão de futuro são as principais características que um(a) vereador(a) dever ter – 49% e 43% das menções respectivamente.
Confira a apresentação resumida da pesquisa
Sobre a pesquisa
A pesquisa “Viver em São Paulo: Qualidade de Vida” faz parte da série “Viver em São Paulo”, iniciada em 2018, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência. Os levantamentos são apresentados com recortes temáticos.
Neste ano, além das perguntas tradicionais sobre a confiança nas instituições e a avaliação da atual gestão, a pesquisa aborda, também, a relação de paulistanas e paulistanos com o bairro onde moram, o papel das subprefeituras e as características mais importantes para prefeitos(as) e vereadores(as) na opinião das pessoas entrevistadas.
A edição anterior revelou que seis em cada dez paulistanas e paulistanos sairiam da cidade se pudessem. A pesquisa de 2019 também apontou que cerca de 2/3 das pessoas entrevistadas não lembram em quem votaram para vereador nas últimas eleições.