A pesquisa Viver em São Paulo: Meio Ambiente foi lançada no dia 7 de junho, durante evento virtual. O levantamento, realizado pela Rede Nossa São Paulo e pelo IPEC – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, traz dados da percepção da população paulistana sobre o tema.
O lançamento contou com a participação de Davi Martins, engenheiro mecânico, especialista em clima e justiça climática do Greenpeace Brasil, e de Kaísa Santos, arquiteta e urbanista, representante titular do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) na Comissão Municipal para o Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030.
Ao comentar os resultados da pesquisa, Igor Pantoja, assessor de mobilização da Rede Nossa São Paulo, afirmou que a “concretude do problema ambiental é algo que poderia ser melhor explorado para melhorar a percepção da população”. Ele ressaltou “que os problemas ambientais afetam desigualmente as pessoas. Por mais que sejam questões globais muitas vezes, como as mudanças climáticas, as consequências se dão de maneira desigual dentro do município e do país. A gente sabe que a população mais pobre, geralmente, é mais prejudicada pelas enchentes, pela poluição do solo, poluição das águas”, completou.
O levantamento mostrou que, dentre os nove itens avaliados na pesquisa, poluição do ar, dos rios e as enchentes são reconhecidos como os principais problemas ambientais da cidade, sendo mencionado por 59%, 54% e 43% das pessoas respectivamente. Ademais, 72% acreditam que os problemas ambientais de São Paulo são causados pelas ações humanas.
Davi Martins entende que, para o conhecimento sobre o tema ser mais acessível, é preciso “fazer parte de uma integração no currículo escolar”. Para ele, “se todas as esferas governamentais precisam estar integradas numa ação para conter a crise climática, aa educação também tem que colocar o meio ambiente de uma forma horizontal no seu currículo”.
Segundo a pesquisa, apenas 29% da população paulistana afirma conhecer muito sobre aquecimento global ou mudanças climáticas; 59% dizem conhecer pouco e 13% nada. Porém, 80% consideram a questão do aquecimento global ou mudanças climáticas muito importante e 62% declaram ter muita preocupação com o tema.
Além disso, o levantamento mostra que, para a população paulistana, as três esferas do governo têm responsabilidade na busca por soluções para os problemas ambientais da cidade – governo municipal 92% afirmam ter muita ou pouca responsabilidade; governo estadual 91%; e governo federal 89%. E 91% concordam totalmente ou em parte que é necessário articular as políticas municipais, estaduais e federais para dar conta de enfrentar os desafios ambientais da cidade de São Paulo.
Em relação ao conhecimento sobre meio ambiente, para Kaísa Santos é importante, também, olhar para as pessoas que não estão mais no ambiente escolar. Ela entende que a cidade de São Paulo pode buscar referências de iniciativas realizadas em outros lugares que já tiveram resultados.
Kaísa também enfatizou a necessidade de regionalizar indicadores da Agenda 2030 e, assim, identificar melhor as pautas e demandas locais. Dessa forma, para ela, já será possível ter “outros olhares”, e, assim, “tanto munícipes quanto quem trabalha dentro da Prefeitura terão uma base para trabalhar esse assunto”.