Por outro lado, pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana” também mostrou que o uso do transporte individual aumentou durante a pandemia
A Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, lança a nova edição da pesquisa “Viver em São Paulo – Mobilidade Urbana”. O levantamento traz informações sobre os hábitos de deslocamento da população paulistana, os principais problemas e a percepção acerca do tema.
Confira alguns destaques.
Deslocamento em São Paulo
Com o aumento da flexibilização do comércio e dos serviços na cidade, recua 28 pontos percentuais a parcela da população paulistana que não sai de casa ou trabalha/ estuda em casa (35% em 2020 e 4% em 2021).
Já a tendência de queda no tempo médio diário de deslocamento para a realização da atividade principal se mantém: 23 minutos no acumulado dos últimos três anos – 1h47 em 2019; 1h37 em 2020; e 1h24 em 2021.
Porém, 65% gastam mais de uma hora a uma hora e meia por dia no deslocamento para realizar a atividade principal.
Frequência de uso: meios de transporte
Apesar da redução do uso de ônibus municipal entre 2019 e 2020 por conta da pandemia, este segue como o meio de transporte utilizado com mais frequência pela população paulistana, sendo apontado por 32% das pessoas. Seguido por carro (24%); a pé (20%); e metrô (9%).
Nos últimos dois anos, por conta da pandemia, a população paulistana passou a circular mais pela cidade usando transportes particulares e/ou individuais.
Não poder usar o carro é a principal razão que faria com que pessoas que não usam transporte público passassem a usar (38%). Outros motivos de destaque são:
- Mais linhas de transporte público coletivo que cubram percursos que não cobrem atualmente (31%)
- Higienização constante dos ônibus, trens e metrôs para prevenir a disseminação de coronavírus (30%)
- Diminuição do tempo de espera no transporte público coletivo (30%)
O deslocamento a pé de forma frequente em todo ou parte do trajeto é atualmente um hábito de 3 em cada 5 paulistanas e paulistanos (57%).
Apesar do aumento dos deslocamentos a pé e da disposição da população paulistana em manter este hábito após a pandemia, a maioria sente pouca ou nenhuma segurança em diferentes situações do cotidiano como pedestre:
- 68% sentem pouca segurança ao atravessar a rua na faixa de pedestre
- 69% sente pouca segurança ao andar pelas calçadas
- 83% sente pouca segurança ao atravessar pontes/ viadutos/ passarelas
- 78% sente pouca segurança ao andar em ciclovia/ ciclofaixa
- 87% sente pouca segurança ao passar por baixo de pontes e viadutos
Uso dos meios de transporte: automóvel
Em relação ao uso de automóvel, 47% declaram ter (pessoalmente ou alguém da família) carro de passeio. Porém, 66% deixariam de usar o carro caso houvesse uma boa alternativa de transporte público – 37% com certeza deixaria e 29% provavelmente
Enquanto 42% afirmam usar o automóvel com a mesma frequência do ano anterior, entre as pessoas que declararam utilizar com mais frequência, a pandemia é apontada como maior motivo para isso (43%).
Já entre as pessoas que afirmam terem diminuído o uso, o principal motivo apontado é o preço do combustível (35%). Em 2020, essa razão era apontada por apenas 4% das pessoas entrevistadas.
Uso dos meios de transporte: ônibus municipal
Os ônibus municipais são utilizados, ao menos de vez em quando, por mais de 60% da população paulistana: 13% utilizam todos os dias; 17% quase todos os dias; 31% de vez em quando; 23% raramente; e 16% não utilizam. Em média, as pessoas esperam cerca de 24 minutos pelos ônibus no ponto.
Segundo as pessoas que usam ônibus, lotação é o principal problema a ser resolvido, sendo citado por 31% das pessoas entrevistadas; enquanto 18% apontam o preço da tarifa; e 12% a frequência dos ônibus
Uso dos meios de transporte: bicicleta
Já a bicicleta é utilizada, pelo menos de vez em quando, por 12% da população paulistana.
Entre as pessoas que não utilizam bicicleta, 30% disseram que usariam se tivessem mais certeza que não sofreriam assalto/ roubo; 26% se houvesse mais segurança para compartilhar vias públicas/ espaço com os carros; 25% se houvesse melhor sinalização nas ruas; 20% se houvesse mais ciclovias para interligar as diferentes regiões da cidade
Mobilidade urbana e políticas públicas
Quase a totalidade da população paulistana declara ser a favor da construção e ampliação de corredores de ônibus (87%); de ciclovias e ciclofaixas (79%); e com a utilização exclusiva de ruas e avenidas para lazer e circulação de pedestres e ciclistas (82%).
Confira a apresentação da pesquisa
Metodologia
Foram realizadas 800 entrevistas com pessoas que moram na cidade de São Paulo com 16 anos ou mais, entre os dias 10 e 26 de agosto de 2021, a partir de coletas face a face e online. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Os resultados foram ponderados para restabelecer os pesos de cada região e perfil de respondentes.