Resultados do levantamento “Viver em São Paulo: qualidade de vida” foram divulgados na quinta-feira (20/1), às 10 horas, em evento público no Sesc Avenida Paulista.
Realizado pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o IPEC – Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, o levantamento se divide em quatro blocos: bem-estar e qualidade de vida, avaliação e transparência da gestão municipal, avaliação da Câmara de Vereadores e participação social e política.
Confira a apresentação da pesquisa
Bem-estar e qualidade de vida
Considerando os últimos 12 meses, 37% dos paulistanos – cerca de 4 em cada 10 – avaliam que sua qualidade de vida piorou, sendo que 14% afirmam ter piorado muito e 23% consideram que piorou um pouco.
Por outro lado, 21% – aproximadamente 2 em cada 10 – registram que sua qualidade de vida melhorou no período, com 8% assinalando que melhorou muito e 13% registrando que melhorou um pouco.
Outros 42% consideram que a situação ficou estável.
De acordo com os paulistanos, as instituições que mais contribuem para a melhora da qualidade de vida são: igreja (22%), associações de bairro (18%) e ONGs que atuam na região (15%). Em seguida, com 14%, vem a Prefeitura de São Paulo.
Em comparação com a pesquisa realizada no ano anterior, subiu de 17% para 28% os pesquisados que consideram que nenhuma das instituições mencionadas contribui para a melhora da qualidade de vida.
Outro dado interessante da pesquisa é que 57% dos moradores da cidade – quase 6 em cada 10 – dizem que, caso pudessem, sairiam de São Paulo para viver em outro município.
Questionados sobre o que mais gostam na capital paulista, as três alternativas mais assinaladas pelos paulistanos são: oportunidades (19%), mercado de trabalho (13%) e diversão, lazer e entretenimento (12%).
O que menos gostam na cidade são: violência (33%), criminalidade (17%) e trânsito (14%).
Avaliação e transparência da gestão municipal
Quando questionados sobre a avaliação que fazem da atual administração municipal, 45% das pessoas afirmam ser ruim ou péssima – maior patamar desde 2015, quando o índice atingiu 56%.
Outros 39% dizem que atual gestão é regular e 13% a consideram ótima ou boa.
Além disso, 85% dos entrevistados afirmam que a administração municipal é pouco ou nada transparente em relação à divulgação de informações sobre a gestão, metas e prestação de contas: 48% dizem que é nada transparente e 37% consideram ser pouco transparente.
Entre os mais pobres – classes D e E –, a percepção de que a gestão municipal é nada transparente sobe para 65%.
Por outro lado, 6% dos paulistanos consideram a administração da cidade muito transparente.
Quanto à distribuição dos recursos do município destinados ao investimento, 72% da população é favorável ao aumento do percentual alocado de forma regionalizada. Atualmente, o Índice de Distribuição Territorial corresponde a 20% do total de investimentos do município.
Os paulistanos também atribuíram notas de 1 a 10 para três serviços públicos: coleta de lixo, iluminação pública e varrição de ruas e avenidas.
A coleta de lixo registrou a melhor média (7,9). Iluminação pública ficou com 6,7 e varrição de ruas e avenidas recebeu 6,4.
Entretanto, a ampliação da coleta seletiva, assinalada por 54% dos entrevistados, e a adoção de um plano de compostagem, com 23% de apoio, são as sugestões com maior adesão para melhoria do serviço em um novo contrato da Prefeitura com empresas do setor.
Por fim, metade dos entrevistados (51%) acredita que a qualidade de vida seria melhor, se a capital paulista exercesse um papel de liderança na integração com outros municípios da Região Metropolitana de São Paulo.
Avaliação da Câmara de Vereadores
Segundo a pesquisa, 57% dos paulistanos – quase 6 em cada 10 – avaliam a atuação da Câmara Municipal de São Paulo como ruim ou péssima. Este é o pior índice desde 2018, quando chegou a 59%.
Outros 8% consideram ótima ou boa a atuação do Legislativo municipal, 27% dizem que é regular e 8% não sabem ou não responderam.
Por outro lado, 58% da população – também quase 6 a cada 10 – não lembra em quem votou para vereador, índice que aumenta para 76% entre os mais pobres – classes D e E.
Quando perguntados sobre quais fatores são importantes para que um projeto de lei seja priorizado e avance na Câmara Municipal, a principal alternativa assinalada é “alianças políticas e partidárias”, com 27% das respostas. “Mobilização social, protestos e outras formas de articulação da sociedade civil” registram 14% das adesões, o mesmo percentual de “reivindicação de moradores e associações de bairros onde se concentram as bases eleitorais dos vereadores”.
Participação social e política
Metade dos paulistanos (52%) declara não participar da vida política do município. Entre os que participam de alguma forma, a ação mais utilizada é subscrever petições e abaixo-assinado (18%). A segunda alternativa mais assinalada por esse grupo é compartilhar notícias sobre o município pelas redes sociais (17%), seguida por compartilhar notícias sobre o município por aplicativos de mensagens (16%).
Entre as medidas que mais motivariam a participação social e maior envolvimento nos conselhos da cidade, como o Conselho Participativo Municipal e os conselhos de políticas públicas, as de maior adesão entre os entrevistados são: as decisões dos conselhos serem atendidas (25%), maior divulgação de dados e resoluções dos conselhos (24%) e pautas e assuntos serem mais relevantes (21%).
Para 59% dos paulistanos – cerca de 6 em cada 10 –, se a eleição para o Conselho Participativo Municipal fosse realizada no mesmo dia e local das eleições gerais, haveria um estímulo maior à participação da sociedade.
Outros 23% avaliam que a medida não estimularia maior envolvimento social com o Conselho Participativo Municipal.
Dados sobre a pesquisa
Para a realização da pesquisa de percepção dos paulistanos, foram entrevistadas 800 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 4 e 28 de dezembro de 2021.
Com intervalo de confiança de 95%, a margem de erro do levantamento é estimada em 3 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados totais da amostra.