Diferença de renda entre homens e mulheres em São Paulo

Em média, homens chegam a ganhar R$ 1.470 a mais do que as mulheres na cidade

A igualdade salarial entre homens e mulheres virou lei no ano passado, mas ainda estamos muito distantes de atingir a equidade de renda em todos os setores e atividades econômicas. Na cidade de São Paulo, a renda média dos homens em 2023 foi de R$ 5.739; a das mulheres, R$ 4.269 – uma diferença de R$ 1.470.

Vale observar também que a renda média mensal na capital paulista variou muito ao longo dos anos. Em 2023, o indicador atingiu o maior valor dos últimos 10 anos, mas teve um aumento de apenas R$ 25 na comparação com 2018.

Diferença de renda entre homens e mulheres na cidade de São Paulo ao longo dos anos (em R$)

Fonte: IBGE Pesquisa Nacional por amostra de domicílios contínua trimestral

Em termos percentuais, a variação também oscilou bastante. No ano passado, as mulheres ganharam 26% a menos do que os homens (gráfico abaixo). Essa diferença já foi de 17% em 2019.

Diferença de renda entre homens e mulheres na cidade de São Paulo (em %) e projeção para 2030, com destaque para o próximo mandato

Fonte: IBGE Pesquisa Nacional por amostra de domicílios contínua trimestral

Os desafios da igualdade salarial até 2030

Os Objetivos de Desenvolvimentos Sustentável lançado pela ONU trazem a equidade de gênero (ODS 5) e o combate das desigualdades (ODS 10) com metas e objetivos específicos para alcançar igualdade em diversas esferas, em especial, no que se refere ao trabalho e renda entre homens e mulheres até 2030.

Até lá, será preciso reduzir a diferença salarial drasticamente já nos próximos anos, num ritmo bastante acelerado. Ou seja, o desafio é enorme e a responsabilidade, de vários setores – do governo federal ao municipal, das empresas às organizações da sociedade civil. 

Políticas públicas para alcançar a igualdade salarial

A Lei Federal aprovada no ano passado foi um passo importante nesse sentido, ao estabelecer diretrizes que podem ser adotadas em nível local. Às prefeituras, cabe o papel de começar dando o exemplo e promover a igualdade salarial entre seus próprios funcionários. Além disso, algumas medidas que podem ser implementadas:

  • critério para contratação de fornecedores;
  • criar mecanismos de transparência salarial e de critérios remuneratórios;
  • fortalecer a fiscalização contra a discriminação salarial;
  • criar canais específicos para denúncias;
  • promover e implantar programas de diversidade e inclusão no ambiente de trabalho;
  • capacitar gestores e lideranças;
  • fomentar programas de capacitação para mulheres com foco na inserção e ascensão no mercado de trabalho.

Ouça também o Programa Nossa Cidade da rádio Eldorado FM (107.3) com o colunista Jorge Abrahão, coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis (veiculado em 01 de agosto de 2024).

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