Estratégias estruturais e não estruturais para amenizar os impactos dos eventos climáticos extremos
Chove cada vez mais em São Paulo. O volume de água pluvial aumentou nas últimas décadas e tudo indica que vai continuar subindo. É certeza também que os temporais serão cada vez mais fortes e as enchentes, mais frequentes. Por isso fala-se muito em resiliência e adaptação climática nos últimos tempos. As cidades precisam encontrar meios de minimizar os impactos dos eventos climáticos severos.
O poder público tem um papel central nesse processo, mas toda a sociedade também pode e precisa dar sua contribuição. Temos conhecimento pra isso. Temos soluções e alternativas. Existem diversas estratégias para amenizar as enchentes e as inundações, combinando soluções estruturais e não estruturais. Alguns exemplos:




Melhorias na Infraestrutura Urbana
• Ampliação e manutenção do sistema de drenagem: Limpeza e desassoreamento de rios, córregos e bueiros para evitar obstruções.
• Construção de piscinões e reservatórios subterrâneos: Capturam e armazenam o excesso de água das chuvas.
• Readequação do zoneamento urbano: Evitar construções em áreas de risco e implementar normas para novas edificações com infraestrutura adequada.
Infraestrutura Verde
• Aumento de áreas permeáveis: Criar parques, praças e jardins de chuva para aumentar a infiltração da água no solo.
• Reflorestamento de margens de rios e córregos: Reduz a erosão e melhora a retenção da água.
• Telhados e calçadas verdes: Melhoram a absorção da água da chuva em áreas urbanizadas.
Planejamento Urbano e Políticas Públicas
• Planos Diretores e de Resiliência Urbana: Integrar medidas contra enchentes nas políticas municipais.
• Controle da ocupação irregular: Prevenir assentamentos em áreas vulneráveis e promover a regularização fundiária sustentável.
• Monitoramento e alerta precoce: Implementar sistemas de previsão e alerta para evacuação e mitigação de danos.
Engajamento Social e Educação Ambiental
• Campanhas de conscientização: Incentivar o descarte correto de lixo e evitar entupimentos de redes de drenagem.
• Programas comunitários de prevenção e resposta: Criar redes de voluntários e protocolos de ação em caso de enchentes.
• Incentivos para medidas individuais: Oferecer subsídios para cisternas, telhados verdes e pavimentos permeáveis em residências.
Uso de Tecnologia e Dados para Gestão de Risco
• Mapeamento de áreas de risco: Usar dados de satélite e sensoriamento remoto para identificar regiões mais vulneráveis.
• Aplicação de modelos hidrológicos: Simulações para prever impactos das chuvas e auxiliar na tomada de decisão.
• Monitoramento por sensores e IoT: Utilização de sensores em rios e galerias pluviais para controle em tempo real.
Os eventos climáticos extremos em São Paulo representam um desafio crescente, exigindo ações coordenadas entre governo, setor privado e sociedade civil. A implementação de soluções sustentáveis e o planejamento urbano adequado são fundamentais para minimizar os impactos e garantir uma cidade mais resiliente frente às mudanças climáticas.
Ouça também a coluna Nossa Cidade da Rádio Eldorado com a participação de Jorge Abrahão, coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis e da Rede Nossa São Paulo. Episódio veiculado em 20 de fevereiro de 2025.