Levantamento sobre mobilidade urbana, realizado pelo Instituto Cidades Sustentáveis e pela Ipsos-Ipec, aponta ainda que o ônibus/BRT é o meio mais utilizado pelas pessoas nas cidades pesquisadas; carro particular aparece em segundo lugar

O Instituto Cidades Sustentáveis e a Ipsos-Ipec apresentam no próximo dia 25 de setembro a Pesquisa Viver nas Cidades: Mobilidade Urbana, trabalho que aborda temas como o tempo de deslocamento das pessoas para todas as atividades diárias, os modais mais utilizados, os principais problemas do transporte público e a sensação de segurança ao transitar pelas ruas da cidade onde moram.
A pesquisa foi feita em dez capitais brasileiras e entrevistou 3.500 pessoas de forma online, nas seguintes cidades: Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Os resultados serão apresentados em evento presencial, gratuito e aberto ao público no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, em São Paulo. O encontro terá também um debate sobre mobilidade urbana com especialistas da área e representantes do setor público.
RESULTADOS DA PESQUISA
Considerando o total da amostra, a pesquisa mostra que os respondentes levam, em média, 116,5 minutos em todos os deslocamentos diários na cidade onde moram. Cerca de 58% gastam mais de uma hora para realizar todas as atividades do dia e apenas 7%, menos de meia hora.
As cidades onde as pessoas perdem mais tempo para se locomover no dia a dia são Belém (130 minutos) e Manaus (128 minutos). Em Porto Alegre, capital com o menor tempo, os deslocamentos consomem 94,5 minutos – mais de uma hora e meia, portanto.
A tabela abaixo mostra o valor por cidade.
Tempo de deslocamento diário para todas as atividades, por capital

Pergunta: levando em conta todos os seus deslocamentos, quanto tempo, em média, você gasta diariamente (ida e volta) para se locomover pela cidade? Considere todos os tipos de transporte que costuma utilizar.
A pesquisa perguntou também qual é o meio de transporte que as pessoas utilizam com mais frequência na cidade. No total da amostra, 35% responderam ônibus/BRT/Move e 18%, carro particular. Em seguida aparecem os carros por aplicativo (9%), o metrô (8%) e a pé (8%). Apenas 1% utiliza bicicleta.
De modo geral, entre os meios de transporte utilizados com maior frequência, o coletivo se sobressai ao individual: 54% dos internautas usam o coletivo com mais frequência (como ônibus, BRT, Move, metrô, ônibus fretado, intermunicipal, trem, lotação, entre outros), enquanto 43% utilizam mais o transporte individual (carros, carros por aplicativo, taxi, motos, bicicletas, etc.).
Em São Paulo destaca-se o uso do metrô (16%); em Goiânia, o carro (41%); e, em Manaus, o carro por aplicativo (19%), como mostra a tabela abaixo.
Meio de transporte mais utilizado, por capital

Pergunta: Atualmente, qual destes meios de transporte você usa com mais frequência na cidade?
A pesquisa mostra ainda que o transporte público coletivo é amplamente utilizado pelas pessoas em seu dia a dia, ainda que esporadicamente, e que a adesão é maior entre jovens, as classes mais baixas e quem tem menor renda familiar.
Uso de algum tipo de transporte coletivo, por capital

Pergunta: Atualmente, você utiliza algum tipo de TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO como ônibus, metrô, BRT, VLT, balsas, trem, Van, etc.?
A lotação e o preço das tarifas são apontados pelos usuários de ônibus municipais, BRT ou Move como os problemas que devem ser resolvidos com mais urgência, como mostra a tabela abaixo. Em São Paulo, quase um terço dos internautas demandam por uma solução para a lotação; em Manaus, o preço da tarifa é o que mais impacta; em Belém, a conservação dos veículos e a resolução da lotação; e, em Porto Alegre, a frequência é apontada como o principal problema.
Problemas que devem ser resolvidos com mais urgência, segundo os usuários de ônibus, por capital (%)

Pergunta: Pensando nos ÔNIBUS, BRT ou MOVE qual dos problemas abaixo você acha que precisa ser resolvido com maior urgência?
Evento Presencial
Um evento presencial foi realizado em parceria com o Sesc para debater os resultados da pesquisa.
Com mediação de Manoela Cruz e a participação de Renata Falzoni — vereadora da cidade de São Paulo, arquiteta e urbanista, jornalista e criadora do projeto Bike é Legal —, e de Luis Fernando Villaça Meyer, diretor de Operações do Instituto Cordial, o debate aprofundou questões como a qualidade do transporte público, a tarifa zero e os principais desafios da mobilidade urbana.
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SOBRE A PESQUISA
A Pesquisa Viver nas Cidades: Mobilidade Urbana é uma realização do Instituto Cidades Sustentáveis, em parceria com a Ipsos-Ipec, elaborada com o objetivo de verificar a percepção dos internautas residentes em dez capitais brasileiras sobre temas relevantes relacionados aos meios de locomoção na cidade em que vivem.
O universo considera internautas de 16 anos ou mais, das classes ABCDE, que moram nas capitais de interesse há pelo menos 2 anos. O trabalho de campo foi realizado entre os dias 1 e 20 de julho de 2025.
Foram realizadas 3.500 entrevistas de forma online, distribuídas entre as cidades de Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Goiânia, com controle de cotas pelas variáveis sexo, idade, classe social e ocupação.
O nível de confiança dos estudos é de 95% e a margem de erro para o total da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Para os resultados desagregados por capital, a margem de erro pode variar de 4 a 6 pontos percentuais, de acordo com a amostra da cidade.
Realizada no âmbito do Programa Cidades Sustentáveis, a pesquisa conta com o cofinanciamento da União Europeia, como parte do “Programa de fortalecimento da sociedade civil e dos governos locais para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”. O projeto tem como parceiros institucionais a Frente Nacional dos Prefeitos e Prefeitas (FNP) e a Estratégia ODS.