Falando aos conselheiros participativos da cidade, Haddad afirmou que o projeto de lei que prevê a redução dos juros pagos pelo município deverá ser votado após as eleições.
Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo
Pela primeira vez o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, colocou publicamente a renegociação da cidade com a União como um dos principais objetivos de sua gestão. Falando aos conselheiros participativos da cidade, em evento realizado sábado (23/8), ele afirmou que a proposta do atual governo municipal “está assentada em três grandes projetos”.
Um desses eixos, de acordo com prefeito, é a renegociação da dívida do município com a União. “Não queremos nenhum favor para a cidade de São Paulo. O que pleiteamos é pagar as mesmas taxas de juros e de correção que o Governo Federal paga para rolar a sua própria dívida”, argumentou.
Ao mencionar o prazo previsto para que o projeto de lei que autoriza a renegociação seja aprovado, o chefe do Executivo paulistano citou a presidenta Dilma Rousseff. “Recentemente, a presidenta Dilma declarou, e está aí nos jornais, que, passada a eleição, o Congresso votará, com o apoio do Governo Federal, o projeto de renegociação da dívida.”
Haddad complementou dizendo que a aprovação da renegociação da dívida não significará apenas um alívio financeiro para atual administração, mas terá consequências positivas para a cidade ao longo das próximas gestões.
Os outros dois grandes projetos da administração municipal, nas palavras de Haddad, são o Plano Diretor Estratégico (PDE) e o “PAC do Município”, ou seja, os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, para a cidade de São Paulo.
“O primeiro [projeto] foi vencido com a aprovação do Plano Diretor”, informou o prefeito, que sancionou no dia 31 de agosto o projeto de lei do PDE aprovado pela Câmara Municipal. “A hora agora é de fazer o plano acontecer”, defendeu.
Quanto aos investimentos do PAC na cidade, Haddad relacionou uma série de obras em andamento e outras a serem iniciadas ainda este ano nas áreas de mobilidade urbana, drenagem e saúde, que só se viabilizam com as parcerias com o Governo Federal.
“Não existe solução para a cidade de São Paulo que não passe pelo transporte público”, declarou ele, ao citar as obras previstas de ampliação dos corredores de ônibus no que chamou de “PAC da Mobilidade”.
Durante o evento, no Auditório Adoniran Barbosa, do Centro Cultural São Paulo, também foram apresentados o novo Plano Diretor Estratégico da cidade e a proposta de formação para os conselheiros participativos.
A apresentação do PDE foi feita pelo secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco e pelo vereador Nabil Bonduk, relator do projeto de lei que foi aprovado pelos vereadores paulistanos.
Já as explicações sobre a proposta de formação para os conselheiros participativos couberam a Maurício Piragino, o Xixo, diretor da Escola de Governo e coordenador do Grupo de Trabalho (GT) Democracia Participativa da Rede Nossa São Paulo.