Sociedade apresenta propostas para transporte e mobilidade urbana de SP

 

Sugestões, debatidas em encontros regionais, foram entregues ao secretário de Transportes e aos vereadores em audiência pública do orçamento

Representantes da sociedade civil apresentaram nesta segunda-feira (16/11), durante audiência pública sobre o orçamento e o Plano Plurianual, na Câmara Municipal, um conjunto de propostas para melhorar o transporte e a mobilidade urbana em São Paulo. As sugestões, debatidas e aprovadas em cinco encontros regionais organizados pelo Movimento Nossa São Paulo, foram entregues ao secretário de Transportes, Alexandre de Moraes, e a diversos vereadores presentes na audiência.

As propostas priorizam o transporte coletivo em relação ao individual motorizado e prevêem, por exemplo, a construção de corredores de ônibus e o aperfeiçoamento dos já existentes, além da ampliação das linhas do metrô.

A sociedade civil propôs ainda diversas medidas para ampliar a participação da população, descentralizar a gestão e tornar mais transparente as informações sobre o trânsito da cidade. Uma das sugestões é que a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) volte a divulgar os dados e indicadores que disponibilizava em 2005.

Veja íntegra das propostas da sociedade civil 

Ao apresentar parte das propostas, o coordenador da secretaria executiva do Movimento Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, afirmou que a cidade precisa ter uma política municipal de transporte e mobilidade urbana. “Não conseguimos enxergar a filosofia que baliza as ações da administração municipal nesta área.”

Ele defendeu que os vereadores incluam as sugestões da sociedade civil como emendas no orçamento da cidade e que o poder público busque dialogar com a população.

O ciclista Leandro Valverdes criticou as obras públicas que priorizam o transporte individual motorizado. “Combater o congestionamento com mais vias é a mesma coisa que combater a obesidade afrouxando o cinto”, ironizou.

Cícero Yagi, integrante do Grupo de Trabalho (GT) Orçamento do Movimento, pontuou diversas reivindicações da população, como a substituição dos ônibus a diesel por veículos movidos a etanol, a instalação de ciclovias na região de São Miguel e a proibição de estacionamento, no período diurno, em avenidas de grande fluxo de tráfego.

Em resposta, o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, informou que as propostas específicas serão encaminhadas ao setor de planejamento da Secretaria. “Depois [da análise], podemos convidar o Movimento para debater estas questões”, afirmou.

Quanto à substituição da frota por ônibus movidos a etanol, Moraes se declarou favorável, mas ressaltou a existência de dificuldades financeiras para executar a proposta. “O ideal seria a substituição dos 15 mil ônibus da cidade, mas temos que equacionar isto em relação aos investimentos necessários.”

O secretário argumentou, ainda, que desconhece os dados e indicadores publicados pela Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) em 2005 – que a sociedade solicita que voltem a ser divulgados. “Entrei na Secretaria em 2007 e não tenho estas informações”, justificou.

REPORTAGEM: AIRTON GOES airton@isps.org.br

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