Nível de satisfação com o tema é o segundo pior entre os 12 itens relacionados ao meio ambiente pesquisados. Nota só não é menor que a atribuída à despoluição e preservação das águas
Airton Goes airton@isps.org.br
Entre os 12 itens relacionados ao meio ambiente que integram a pesquisa dos Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM), recentemente divulgada pela Rede Nossa São Paulo, a qualidade do ar na cidade foi o segundo pior avaliado pelos paulistanos. Numa escala de 1 a 10, os 1.512 pesquisados atribuíram nota média de 4,0 para o nível de satisfação com o tema.
Apenas o item “despoluição e preservação de rios, lagos e represas” obteve nota menor na avaliação dos moradores de São Paulo: 3,9. Os pontos “controle de poluição sonora”, com nota 4,3, “manutenção de bueiros e galerias e controle de enchentes” (4,4), “fiscalização da poluição de veículos e indústrias” (4,4) e “serviço de limpeza pública e de terrenos baldios” (4,5) também tiverem notas abaixo da média atribuída pelos paulistanos à área ambiental, que foi de 4,9.
Por outro lado, a pesquisa revelou que as pessoas têm uma percepção maior da importância do meio ambiente, embora isso muitas vezes não resulte em ações concretas de preservação. A avaliação mais alta da área foi para o item “sua consciência e responsabilidade ambiental”, que recebeu 6,5.
Em relação ao levantamento realizado em dezembro de 2009, houve uma pequena melhora na nota média de satisfação dos paulistanos com os itens relacionados ao meio ambiente, de 4,6 para 4,9. Os dados completos da pesquisa IRBEM estão disponíveis no portal da Rede Nossa São Paulo.
A insatisfação dos paulistanos com a qualidade do ar na cidade, revelada pela pesquisa, reforça a necessidade de a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb adotar os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) na definição dos limites máximos de poluição atmosférica.
O relatório que propõe a medida será analisado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema) no próximo dia 22/2. De acordo com o estudo, que foi elaborado por um grupo interdisciplinar integrado por representantes do poder público e da sociedade civil, a adoção dos parâmetros da OMS para a classificação da qualidade do ar seria feita em três etapas consecutivas. A primeira teria início este ano.
A adoção dos parâmetros da OMS havia sido reivindicada pela sociedade civil em setembro do ano passado, quando a Rede Nossa São Paulo organizou um abaixo-assinado defendendo a medida. O documento, que recebeu a adesão de aproximadamente 1.500 organizações e cidadãos, foi entregue ao presidente da Cetesb, Fernando Rei, no Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro).
Leia também: Decisão sobre padrões mais rígidos para qualidade do ar em SP é adiada
Comparativo entre padrões da OMS e parâmetros atuais da Cetesb
Veja os limites estabelecidos pela OMS para classificar a qualidade do ar como “boa” e os utilizados atualmente pela Cetesb (estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama):
– Concentração de material particulado (poeira mais fina que penetra nos pulmões)
OMS – 20 microgramas por metro cúbico
Cetesb – 50 microgramas por metro cúbico
– Ozônio
OMS – 100 microgramas por metro cúbico
Cetesb – 160
– Poeira
OMS – 50
Cetesb – 150
– Fumaça
OMS – 50
Cetesb – 150
– Poeira fina
OMS – 25
Cetesb – não tem
– Monóxido de carbono:
OMS e Cetesb – 9