Ele recebeu nesta quinta-feira (17) sugestões para plano de metas.
Prefeito quer parceria contra insegurança – a maior na cidade em 4 anos.
Roney Domingos
Do G1 São Paulo
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quinta-feira (17) que trabalha entre 12 e 14 horas por dia, sem almoço, para identificar gargalos que podem impedir o cumprimento de suas propostas de campanha.
Ao receber sugestões para o Plano de Metas que deverá cumprir até o final de sua gestão, o prefeito elencou obstáculos como a falta de dinheiro vivida pela Prefeitura e a dificuldade para liberar projetos ante às exigências do Ministério Público, Justiça e órgãos de controle.
"Essa cidade é um cemitério de políticos. Ela enterra um número enorme de políticos primeiro pela complexidade, pelo desafio que ela representa. Devia ter na lista de esportes radicais: prefeito da cidade de São Paulo. Não tem nada mais radical do que governar essa cidade", afirmou.
Haddad participou nesta quinta da apresentação do Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), realizado pela Rede Nossa São Paulo. Confira a íntegra da pesquisa. O estudo mostra que a sensação de insegurança na cidade é a maior em quatro anos.
Haddad propôs que parte dos policiais militares inscritos na operação delegada trabalhem à noite e disse que vai apertar a fiscalização para que a iluminação pública melhore. Ele disse que vai apresentar propostas de parcerias ao governador Geraldo Alckmin no próximo dia 22.
Plano de Metas
Haddad também recebeu nesta quinta propostas do Movimento Nossa São Paulo para compor o Plano de Metas a ser cumpridas por sua administração.
A Lei Orgânica do Município determina que o prefeito apresente o plano de metas antes de completar 90 dias de mandato.
Formado por uma rede de organizações da sociedade civil, o Movimento Nossa São Paulo acompanha com rigor o cumprimento das metas.
O antecessor de Haddad, Gilberto Kassab (PSD), primeiro a ser avaliado pelo critério, cumpriu 55% do previsto.
Desafios
Haddad afirmou que, para administrar a cidade, vai buscar vencer a batalha da comunicação: esclarecer a opinião pública, por meio do diálogo, sobre as dificuldades enfrentadas pela administração e, sobretudo, reconhecer erros. "Se você está bem intencionado, não tem porque não discutir com a sociedade", afirmou.
Haddad afirmou que administrador enfrenta desconfiança da população e dos encarregados de fiscalizar a Prefeitura. "Hoje, a sensação na cidade é de que tem uma negociata por trás de todo empreendimento, por trás de toda a iniciativa pública e, vencer isso e conquistar a confiança dos órgãos de controle, é também uma tarefa que exige muito sacrifício físico e paciência."
Outro ponto, segundo Haddad, é realizar uma manobra "de grande engenho" para conseguir o dinheiro necessário aos investimentos. "Para nós conseguirmos fazer, infelizmente hoje, não basta recurso, que está faltando. Esse Orçamento não tem espaço nenhum para investimento. Vamos ter de operar em várias frentes simultaneamente: parcerias com o governo federal e estadual, revisão do contrato da dívida insustentável na cidade de São Paulo, parceria público-privada e parceria comunitária."
Haddad afirmou que as pessoas sabem que a solução será dificil, mas terão conforto se souberem que os projetos caminham no rumo certo e no ritmo aceitável.
Insegurança
A sensação de insegurança do paulistano em 2012 foi a mais alta observada desde 2008, de acordo com quarta edição do estudo Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), realizado pela Rede Nossa São Paulo.
Entidades entregaram ao prefeito um manifesto intitulado "Para eliminar a violência na raiz de suas causas", que estabelece metas como construção de mais creches, transformar favelas em bairros e melhorar os salários dos policiais.
O documento foi formulado pelo Centro Santo Dias de Direitos Humanos e Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Instituto São Paulo contra a Violência e Sociedade Santos Mártires.
O manifesto também será entregue ao governador Geraldo Alckmin e ao ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.
Haddad afirmou que vai se colocar à disposição de Alckmin para formular parcerias na área da segurança.
"Nós vamos no dia 22 nos colocar à disposição do governador pela operação delegada e pela GCM para melhoria das condições de segurança", afirmou. "Além disso, vamos apertar o controle sobre contratos de iluminação pública. O valor do contrato subiu e nem por isso a sensação da população em relação ao serviço melhorou", afirmou.