Os corredores de ônibus nas avenidas 23 de Maio e Celso Garcia, dois dos principais projetos anunciados pelo prefeito Fernando Haddad (PT), foram excluídos das licitações que serão abertas neste ano.
Eles integravam o bloco de 128 km que tiveram a licitação barrada pelo TCM (Tribunal de Contas do Município), em janeiro, por não ter projetos nem recursos garantidos.
Neste mês, a prefeitura obteve recursos federais e vai licitar três corredores (41,4 km), como o da Radial Leste.
Os da 23 de Maio, da Celso Garcia e outros quatro fazem parte dos 88 km para os quais a prefeitura diz não ter dinheiro. Como o tempo médio de obra é de dois anos, os projetos podem não ficar prontos na atual gestão.
Para o consultor Horácio August Figueira, depois do corredor da Radial Leste, o da 23 de Maio é o projeto mais importante. "O eixo norte-sul já precisa de outro sistema de média capacidade para atrair viagens do metrô", diz.
O corredor da 23 de Maio, que passará também por outras vias, ligará Santana (zona norte) a Interlagos (zona sul). O da Celso Garcia vai do centro à zona leste. Ambos haviam sido prometidos também na gestão Marta Suplicy (PT).
As duas vias têm faixas exclusivas, mas corredores são mais velozes, diz o engenheiro Luiz Célio Bottura.
No total, a prefeitura tem dinheiro para fazer 165,5 km de corredores, sendo que 124,1 km deles haviam sido licitados na gestão Gilberto Kassab (PSD). A promessa de Haddad é construir 150 km.
A Secretaria dos Transportes afirmou que os corredores previstos na licitação barrada serão feitos. Segundo a pasta, os projetos estão prontos e está em estudo a fonte dos recursos. Disse ainda que foram priorizados, nessa primeira licitação, projetos em vias que não têm faixas exclusivas de ônibus.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo