Responsável pela pasta dos Transportes cita faixas exclusivas para ônibus e as rotas das bicicletas pela cidade.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, faz um balanço "bastante positivo" dos dois primeiros anos da gestão Haddad e afirma que a área de mobilidade "tem avançado bastante".
Ele cita a superação da meta de faixas exclusivas –dos 150 km prometidos até o fim da gestão, já foram entregues 369 km– e outras iniciativas que foram realizadas mesmo sem estar entre os compromissos oficiais da pasta.
Entre elas estão o projeto-piloto de entrega noturna de cargas, iniciado na região da Lapa em outubro, e um pacote com cerca de 300 pequenas obras para resolver gargalos do trânsito em diferentes regiões da cidade, que está em andamento e deve ser concluído no próximo ano.
Outro programa destacado pelo secretário é o "CET no bairro", em que técnicos da companhia passam uma semana em uma região para atender as queixas de moradores. Foram atendidos 63 bairros da cidade, que receberam mais de 100 mil m² de nova sinalização de trânsito.
Tatto diz que as dificuldades para tirar as principais obras do papel, como os corredores de ônibus, foram superadas e elas devem decolar no terceiro ano da gestão.
"Estamos acelerando, alguns corredores já estão sendo feitos e serão entregues. O ritmo de obras a gente nunca sabe, mas, pelo menos, não está parado, está andando. Esperamos que dê tempo de entregar os 150 km, mas o importante é que as obras estão acontecendo", afirma Tatto.
Para ele, os indicadores de velocidade e do número de passageiros do transporte público ainda não mostram avanço significativo porque foram prejudicados neste ano por fatores como a Copa e paralisações de motoristas.
"O que a gente percebe é que está havendo uma mudança, uma parte dos motoristas está deixando o carro em casa e migrou para o transporte público e para as bicicletas", afirma.
Para ele, se a marca de seu primeiro ano no cargo foram as faixas exclusivas e do segundo foram as ciclovias, agora é a vez de reformular as linhas de ônibus e realizar a nova licitação do sistema.
"Vamos nos debruçar no terceiro ano na elaboração do que chamamos de quatro redes de transporte. Mas não vamos esperar a licitação, já vamos implantar logo no começo do ano", diz.
Segundo ele, essas redes serão organizadas para atender os passageiros com mais qualidade em quatro cenários: nos horários de pico, no entrepico, de madrugada e nos finais de semana.
Segundo Tatto, não há nenhum horizonte de melhora no trânsito dos automóveis. "Temos 5.000 emplacamentos por mês, então a tendência é piorar cada vez. O que estamos fazendo é um esforço para melhorar o transporte público para que haja migração, até para beneficiar quem precisa mesmo do carro."
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo