Realizada pelo Ibope, a pesquisa revela os Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM). Avaliação da gestão pública municipal e os Índices de confiança dos paulistanos nas instituições também foram apresentados.
A Rede Nossa São Paulo e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apresentaram, na quinta-feira (22/1), a 6ª edição da pesquisa IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município).
O IRBEM revela o nível de satisfação dos paulistanos em relação à qualidade de vida e ao bem-estar em São Paulo. A pesquisa aborda 25 temas, tanto os relacionados às condições objetivas de vida na cidade – nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, habitação e trabalho – quanto os ligados a questões subjetivas, como sexualidade, espiritualidade, consumo e lazer.
O levantamento traz ainda o nível de confiança da população nas instituições (Prefeitura, Câmara Municipal, Polícia Militar, Tribunal de Contas, Poder Judiciário etc.) e a avaliação dos serviços públicos. Tempo de espera por consultas médicas (nos sistemas público e privado) e tempo de espera nos pontos de ônibus são algumas das perguntas que compõem a pesquisa.
A pesquisa foi realizada entre os dias 24 de novembro e 8 de dezembro de 2014 com 1.512 pessoas que moram em São Paulo com 16 anos de idade ou mais. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Algumas das conclusões do estudo são:
– Voltou ao mesmo patamar de 2012 (50%) os que afirmaram utilizar algum tipo de serviço de educação pública;
– Em 2013, 66% dos entrevistados afirmaram ter transporte escolar público perto de casa. Em 2014, o número passou para 76%. Na área da segurança, 67% disseram ter ronda policial e 70% têm delegacia ou posto policial próximo à residência. Em Meio Ambiente, caiu de 78% para 63% os que afirmam ter serviço de coleta seletiva;
– 68% dos entrevistados afirmaram utilizar ônibus como meio de transporte diário na cidade. E o tempo de espera nos pontos caiu de 25 para 20 minutos na comparação com a pesquisa anterior;
– A qualidade de vida em São Paulo ficou estável para 50% dos entrevistados. E melhorou (“um pouco” ou “muito”) para 37%;
– 57% dos entrevistados disseram que mudariam de cidade se pudessem. 40% não sairiam;
– Passou de 6% para 10% os que consideram São Paulo um lugar “muito seguro” ou “seguro” para morar. E caiu de 93% para 89% os que o avaliam como “pouco” ou “nada seguro”;
– O tempo de espera para consultas no sistema público de saúde passou de 60 dias, em 2013, para 56 em 2014. Para exames, de 79 para 78. E para procedimentos mais complexos, de 170 para 169. Já no sistema privado houve um aumento no tempo de espera: de 7 para 13 dias no caso de consultas; de 7 para 19 dias para realização de exames e de 19 para 42 dias para realização de procedimentos mais complexos;
– Passou de 11% para 15% os que consideram “ótima” e “boa” a gestão municipal atual. Diminuiu de 49% para 45% os que avaliam como “regular” e aumentou de 39% para 40% os que consideram “ruim” e “péssima”;
– A Câmara Municipal foi avaliada como “ótima” e “boa” por 10% dos entrevistados, ante 6% na pesquisa anterior. E 55% deles avaliaram como “ruim/péssima”;
– Bombeiros, Correios e Metrô, nessa ordem, lideram o ranking das instituições com maior confiança da população. Mas houve uma queda geral na confiança nas instituições. 62% dos entrevistados, por exemplo, afirmaram confiar na Sabesp. Na edição anterior da pesquisa esse número era 82%;
– Crise da água: 61% avaliam que a Sabesp é a principal responsável pelo abastecimento de água , mas 42% creditam a crise à falta de planejamento do governo estadual, 29% à falta de chuvas e somente 3% ao desmatamento da Amazônia. 66% se dizem bem informados quanto à crise hídrica. 82% acreditam que o risco da água acabar é grande. E 68% afirmaram que tiveram (ou alguém da sua família teve) problemas no abastecimento de água nos últimos 30 dias.
Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município:
– Dos 169 itens avaliados (com notas que poderiam variar de 1 a 10), 139 (82%) ficaram abaixo da média (que é de 5,5), 28 (17%) ficaram acima e 2 (1%) estão na média;
– A rodada de 2014 da pesquisa é a segunda a considerar a mudança do critério do principal indicador do estudo, o Índice de Bem Estar da Cidade de São Paulo. Esse índice é calculado a partir da importância e da satisfação das 25 áreas de avaliação, e teve como resultado 5,1, ante aos 4,8 de 2013. Na distribuição por subprefeituras, as melhores médias ficaram em Pinheiros (6,1), Penha (6,1), Itaim Paulista + Cidade Tiradentes + Guaianazes (6,1) e Vila Prudente (5,6). Já as piores notas foram dadas em Freguesia do Ó + Brasilândia (4,1) e Perus (4,3);
– Desde a primeira medição do estudo, em 2008, as áreas nas quais os respondentes manifestam maior grau de satisfação dizem respeito à vida privada, à religião e ao consumo – aspectos que não são diretamente permeados pelas esferas de governo;
– O trabalho, apesar de ser uma fortaleza e estar entre os aspectos com melhor avaliação, apresenta oscilação negativa em todos os seus atributos específicos;
– O respeito aos direitos humanos foi o atributo que apresentou maior crescimento no último ano. Também houve alta satisfação com a cultura da paz e recusa à violência entre as pessoas na cidade;
– As áreas de maior insatisfação estão diretamente relacionadas com as instituições governamentais, tais como infância e adolescência, transporte e trânsito, acessibilidade para pessoas com deficiência, segurança, desigualdade social e transparência e participação política. Alguns destes aspectos de maior insatisfação, porém, apresentaram melhora na satisfação no último ano, principalmente no que tange ao transporte/ trânsito e desigualdade social. No caso do transporte/ trânsito, foram percebidas melhoras no tempo de espera pelo ônibus nos pontos e também na redução do tempo de deslocamento, além da quantidade de ciclovias.
– As áreas da Saúde e da Educação mantêm um grau de satisfação que não corresponde à importância atribuída a elas para a qualidade de vida do cidadão paulistano. A Saúde permanece em patamar baixo e em queda (4,7), enquanto a Educação permanece estável (4,5). Nesse último ano caiu a satisfação das pessoas com a forma com que cuidaram de sua própria saúde e alimentação.
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Confira também as tabelas do levantamento