Entrega deverá ser no próximo mês; Estado ainda renovou convênio que permite internações involuntárias
Fabiana Cambricoli e Felipe Resk, O Estado de S. Paulo
Com mais de dois anos de atraso, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) quer inaugurar no próximo mês o hospital voltado para dependentes químicos na Cracolândia, região central da capital. Batizado de Unidade Recomeço Helvetia, o local foi idealizado para oferecer diferentes tipos de tratamento para usuários de drogas, como desintoxicação e moradia assistida, mas até agora só há serviços assistenciais, como banho, barbearia e academia.
O anúncio da data de abertura da estrutura completa do hospital foi feito nesta segunda-feira, 15, por Alckmin. “Vamos entregar logo, logo o prédio da Rua Helvetia. Lá já começou o trabalho, tem 40 conselheiros de rua que fazem abordagem e acolhimento, tentando trazer os pacientes para tratamento. Vamos inaugurar em questão de 30 a 40 dias.”
No fim de 2013, no entanto, o coordenador do programa Recomeço, Ronaldo Laranjeira, afirmou ao Estado que o serviço deveria entrar em funcionamento integral já no mês de maio de 2014. O hospital deverá ter 21 leitos para desintoxicação e 36 camas de moradia assistida, estrutura para usuários de drogas que estão abstinentes, mas que ainda precisam de monitoramento para buscar a reinserção social.
Hoje, dependentes químicos abordados pelos conselheiros de rua na região da Cracolândia paulistana são encaminhados para leitos em outras unidades estaduais.
Cratod
Nesta segunda, Alckmin também entregou a ampliação do Centro de Referência de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod) e anunciou a renovação do convênio entre o Estado e o Judiciário que permite a realização de internações involuntárias e compulsórias de usuários de drogas.
Em vigor desde janeiro de 2013, a parceria já foi responsável pela realização de cerca de 2,2 mil internações involuntárias (com autorização da família do paciente) e 22 compulsórias. Outras 11 mil internações foram feitas com o consentimento do dependente químico.
No Cratod, os leitos de observação passaram de 25 para 37, com a criação de uma área de isolamento. Foram entregues ainda mais dois consultórios e uma sala para atendimento de urgência.
Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.