Prefeito explicou que programa será feito de forma contínua e o trabalho, integrado com outras secretarias, será permanente
Juliana Diógenes, O Estado de S. Paulo
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta terça-feira, 7, que quer iniciar a retirada dos dependentes químicos da Cracolândia, na região da Luz, no centro, ainda neste semestre, com a implementação do programa Redenção.
Segundo Doria, a remoção será de forma “humanitária”. Terá também, afirma ele, caráter contínuo, para evitar que usuários de droga voltem às ruas. “Eles receberão o tratamento clínico necessário e o atendimento social que devem ter.”
Para o tucano, a presença de dependentes químicos nas ruas do centro é uma imagem ruim para a cidade. “Esta imagem nós esperamos que em breve seja algo do passado. E que as pessoas que ali estão, como psicodependentes, possam ter o seu atendimento clínico, o resgate da própria vida, uma oportunidade ao emprego e, com isso, a chance de cidadania que hoje não têm, infelizmente”, disse.
Segundo Doria, os criminosos da Cracolândia “terão a força da lei” e serão presos. Além da Polícia Civil, o prefeito conta com a ajuda da Polícia Federal para identificar traficantes.
“Ainda neste semestre a ação será implementada, mas sempre com muito diálogo e com uma ação feita de forma humanitária e do ponto de vista medicinal, como recomendam as boas práticas”, destacou.
A ação será coordenada pelas secretarias municipal e estadual de Desenvolvimento Social e de Saúde. Esta foi a terceira reunião sobre o programa Redenção. A próxima ocorrerá no dia 13 de março.
Antidoping
O Redenção prevê que parte dos usuários da Cracolândia seja encaminhada para residências monitoradas, que são moradias temporárias onde pacientes ficam sob supervisão. Nesse modelo, a gestão Doria deve aplicar testes antidoping aos pacientes, com o objetivo de checar se o usuário aderiu ao tratamento – como prevê o programa Recomeço, da gestão Geraldo Alckmin (PSDB).
Essas residências ainda serão selecionadas e prevê-se que algumas delas funcionem em um hospital do programa Recomeço, em fase de finalização das obras, na rua Helvétia, na própria Cracolândia. /COLABOROU ADRIANA FERRAZ
Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.