Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta mostram que milhões de brasileiros vivem em situação precária dentro de suas próprias casas
Daniela Amorim e Vinícius Neder, O Estado de S.Paulo
Apesar dos avanços nas últimas décadas, milhões de brasileiros ainda vivem em situação precária dentro de suas próprias casas. O País tinha 20,6 milhões de domicílios sem rede de esgoto em 2016, quase 6 milhões de casas sem coleta de lixo, aproximadamente 2 milhões de residências sem água encanada, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos 69,2 milhões de domicílios existentes no Brasil naquele ano, em 29,7% o esgotamento sanitário era por meio de fossa não ligada à rede. Em 45,6 milhões de residências, 65,9% do total, o escoamento do esgoto era feito através da rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede.
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Em 2016, 5,7 milhões de casas ainda não tinham serviço de coleta de lixo, 8,2% do total. Nessas residências, os resíduos eram queimados na própria propriedade. O lixo era coletado diretamente por serviço de limpeza em 57,2 milhões de domicílios, 82,6% das residências, e em caçamba de serviço de limpeza em 5,4 milhões de domicílios, 7,7%.
A água canalizada chegava a 67,3 milhões de residências, 97,2% dos domicílios. Mas 1,916 milhões de lares permaneciam sem água encanada.
Entre os que eram contemplados pela água canalizada, 85,8% tinham como principal fonte de abastecimento de água a rede geral de distribuição. Deste contingente, a disponibilidade da rede geral era diária em 87,3%; em 5,0%, a frequência era de 4 a 6 vezes na semana; e de 1 a 3 vezes na semana em 5,8% dos domicílios.
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Em 61,2 milhões de domicílios brasileiros, 88,4% do total, as paredes externas eram de alvenaria ou de taipa com revestimento. Ainda havia 4,4 milhões de lares com paredes externas de alvenaria ou taipa sem revestimento, 3,3 milhões com parede de madeira apropriada para construção e 380 mil domicílios com paredes de outro material.
Os domicílios próprios já pagos representavam 68,2% do total, 47,2 milhões de residências. Outros 5,9% eram próprios mas ainda estavam sendo pagos, o equivalente a 4,1 milhões, e os alugados respondiam por 17,5% , ou 12,1 milhões de domicílios. Os lares cedidos representavam 8,2%, 5,7 milhões de domicílios, e aqueles em outra condição, como os casos de invasão, somavam apenas 0,2%, ou 143 mil domicílios.
Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.