Haddad assina decreto que regulamenta lei de incentivo ao uso de carros elétricos

Por KÁTIA KAZEDANI, DA REDAÇÃO – Câmara Municipal de São Paulo

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assinou na sexta-feira (21/8) o decreto que regulamenta a política municipal de incentivo ao uso de carros elétricos ou movidos a hidrogênio. De acordo com a nova lei, o proprietário do veículo terá direito a crédito correspondente ao valor da quota-parte do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores).

A solicitação de reembolso, explicou Haddad, será feita por meio de requerimento do cidadão. “O dono do automóvel paga 4% do valor do veículo ao Estado. Nós temos direito, dos carros licenciados no município, a 50%. Sendo assim, vamos devolver 2% ao proprietário. Estamos dando 100% do que nos compete”, declarou. “Espero que esse gesto simbólico seja inspirador para outras medidas a nível Estadual e Federal e que todos façam um esforço para a troca da frota, que passará a ser mais moderna, menos poluente e mais condizente com questões do meio ambiente, de saúde pública e de sustentabilidade”, acrescentou.

Autor do Projeto de Lei (PL) 276/2012 que propôs essa política, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Donato (PT), espera que essa medida estimule as pessoas a adquirirem esse tipo de veículo. “Estamos sendo pioneiros ao estimular as pessoas a terem um automóvel que não polua o meio ambiente e, com isso, esperamos que os governos Estadual e Federal também barateiem os custos para que esses carros sejam desenvolvidos no Brasil”, explicou.

Para o secretário o de Transportes, Jilmar Tatto, essa foi uma importante iniciativa da Câmara. “É fundamental termos uma cidade mais agradável. As pessoas utilizam o carro para se locomover e pelo menos ao circular com esse tipo de veículo não estará poluindo”, disse.

De acordo com estimativas da Anfavea (Associação Nacional de Veículos Automotores), O Brasil tem cerca de mil carros elétricos. “A frota mundial é de 5% e estamos muito aquém dessa média. O custo é um dos impeditivos para que as pessoas comprem esse tipo de veículo. O gesto de São Paulo traz um alento para que o valor seja menor”, explicou o vice-presidente da instituição, Marco Antonio Saltini. O valor de um automóvel elétrico pode ser, estimou Saltini, cerca de 30% mais caro que de um veículo de combustão. “Tudo isso depende das políticas das montadoras e do tipo de carro”, acrescentou.

Apesar de o custo ser um pouco mais elevado na hora da compra, o diretor da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), Island Costa, explicou que no médio prazo compensa. “Precisamos desmistificar essa ideia de que os veículos elétricos e híbridos são mais caros. Porque o custo no médio prazo se torna igual porque o valor de manutenção é três vezes menor e o que se gasta é quatro vezes menor por quilômetro rodado. Sem contar a segurança e o fato de não poluir”, sinalizou.

Rodízio 

A prefeitura recebeu um pedido da indústria automobilística para que os veículos elétricos e híbridos sejam dispensados do rodízio. “Achamos que essa pode ser uma atitude viável, mesmo porque muita gente tem um segundo carro que é mais poluente que  o primeiro. Com essa medida, trocaríamos dois carros poluentes por um não poluente”, disse Haddad.

Matéria publicada no portal da Câmara Municipal de São Paulo.

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